O Requinte do Chá

   A arte de beber chá começou na China no ano de  2750 a.C., e introduzida no Japão por monges budistas. No século 17, portugueses e holandeses levaram o chá para a Europa, onde a bebida se popularizou. De todos os atributos do chá, a sociabilidade é a mais forte, simboliza comunicação, momentos compartilhados, solidariedade, harmonia e amizade.  No século 19, beber chá era essencial na vida social britânica. Chás elegantes eram organizados em todas as ocasiões possíveis como comemorações de casamento, encontros no gramado de casas de campo, recepções em casa e assim por diante. Estilistas criavam belas, românticas e flutuantes saias de renda, seda e cetim para as senhoras ricas usarem na hora do chá. Livros forneciam instruções sobre convites, trajes, etiqueta.

Assim, o chá era esquema obrigatório dos salões do passado e existiu para preencher imensas horas livres. Em um ritual semanal e, muitas vezes diário, as senhoras compareciam elegantíssimas a estas reuniões. Entre xícaras de chá e muitas guloseimas, comentavam as novidades da vida social, falavam de bailes, modas, entre o agitar das agulhas de crochê. Vivia-se devagar, devagar se bebia o chá e devagar chegavam os maridos para um bom vinho do Porto acompanhado de sequilhos. Esses eram os chás do passado.

O chá atual, menos freqüente, mas igualmente elegante, é um agradável momento de relax  na pressa em que vivemos. É um hábito saudável, confortável e civilizado e continua sendo motivo para reuniões simpáticas que  podem  resultar em verdadeiro sucesso social e familiar. Em muitas famílias ainda se celebra o chá das 10 da noite, onde todos se reúnem e comentam os afazeres do dia. É um hábito saudável de desejar uma boa noite.

Fotografia:Simone Seffrin

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